terça-feira, 24 de maio de 2011

Fã de Machado

O Estado de São Paulo (16/05/2011): Antes de falar sobre Midnight in Paris, tenho duas questões que se referem especificamente ao Brasil. Uma delas diz respeito à sua descoberta de Machado de Assis. Como isso aconteceu?
Woody Allen: Devo a uma fã brasileira que me mandou um e-mail falando de Machado, de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Ela me recomendava que lesse o livro. Tinha certeza de que não iria me decepcionar. E não me decepcionei! O livro é sutil, divertido, inteligente, mas acima de tudo o que me encantou foram a sua ironia e a sua modernidade. Machado refletia sobre o próprio trabalho de uma forma muito contemporânea. Nesse sentido, Brás Cubas é completamente moderno. Poderia ter sido publicado na semana passada.

(Entrevista completa aqui)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

a puño, amigo Pérez!



"– ¡Bien, muy bien! – exclamó don Fermín–. ¡Esto es entereza y libertad! ¡Esta es la mujer del porvenir! ¡Mujeres así hay que ganarlas a puño, amigo Pérez, a puño!" (Don Fermín em Niebla de Miguel Unamuno)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Paradoxos Modernos

Enquanto me esforçava por não me concentrar no trabalho que fazia sobre o tema da modernidade na América Latina, distraí-me pensando no Abaporu da Tarsila do Amaral.


Reparei como o quadro é composto por diversos paradoxos. Li que Abaporu em Tupi significa "comedor de homem", no bom sentido é claro, ou seja, no sentido canibal. Entretanto, o Abaporu não tem boca (tenho uma forte impressão de que esta minha observação não seja nada original).

Mas para além deste mais óbvio, há outros paradoxos observáveis - e talvez estes sim mais originais. O Abaporu é um comedor, mas se encontra em uma paisagem desértica, evocada pelo sol forte e o cacto. O que haveria de comer ali? Se é canibal, quem poderia comer em um ambiente tão solitário?

O Abaporu também tem uma pose de pensador. A cabeça inclinada, apoiada sobre o braço esquerdo e a expressão meditativa no rosto de poucos traços transmitem a impressão de alguém com os pensamentos imersos em um mundo contemplativo. O Abaporu é um contemplador, mas são seus braços e pernas que são agigantados, enquanto a cabeça é minúscula.

O Abaporu é também o quadro mais recordado, admirado e valioso do Brasil. Mas ele está exposto - paradoxalmente exposto - em Buenos Aires. Foi comprado em 1995 pelo argentino Eduardo Constantini, fundador do Museu de Arte Latinoamericana de Buenos Aires.

Quando morei na Argentina em 2006, visitei o Abaporu algumas vezes, ele lá solitário, refletindo sabe-se lá sobre quais paradoxos.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Tudo como antes na gringolândia

Pelo tom dos artigos de opinião hoje no New York Times, vê-se mesmo que nada mudou:

"O Estímulo Obama? - Pode a morte de Bin Laden melhorar a economia?"

"A Morte de um Ícone - Bin Laden era o corpo e a alma do Islam Jihadista. Ninguém poderá substituí-lo"

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Osama kills Obama






And so shortly after taking office, I directed Leon Panetta, the director of the CIA, to make the killing or capture of bin Laden the top priority of our war against al Qaeda (...)” (3:08m)

America can do whatever we set our minds to (...) let us remember that we can do these things not just because of wealth or power, but because of who we are: one nation, under God, indivisible, with liberty and justice for all." (8:35m)


The softcore US President, the liberal, the idealist, explicitly told the world that he ordered an assassination, a state assassination a la Mossad. Yes, the US can do whatever they set their minds to, and let us remember that they can do those things not just because of wealth or power, but because of who they are. They can do whatever they set their minds to, except to bring down the hate they instigate against themselves... I do not weep today for this murderer's death, I weep because it seems that nothing really changes.

This was a disastrous event.

domingo, 1 de maio de 2011

Inventividade

Muito interessante este trecho que li no artigo do Wikipedia sobre o espião israelense Eli Cohen, capturado e executado pelo governo Sírio em 1965:

"(...) Cohen suggested that eucalyptus trees should be planted around Syrian military bunkers and mortars on the Golan Heights that were targeting Israel. That way Cohen argued, the trees would provide natural cover for the outposts (eucalyptus trees grow very quickly), preventing soldiers and personnel from suffering the effects of heatstroke. After his suggestion was implemented by the Syrian military, Cohen passed on the information to Israeli intelligence, then the Israeli Air Force (IAF)—using the newly planted trees as a guide—easily destroyed the majority of those bases during the Six-Day War. The mature trees are still evident today when visiting the sites."